Uma pergunta feita por um professor que votou pela suspensão da greve dos professores e acatou a decisão da assembléia estadual que manteve a paralisação, talvez explique a natureza desta longa crise e a continuidade do movimento. No blog do clicrbs, indagou: “Quem foi o gênio do governo que reduziu a gratificação por regência de classe?”
Conquista histórica de 1980 e considerada intocável por todos os integrantes do magistério, acabou sendo o centro de todas as negociações desde que o impasse se tornou incontornável. Mas o foco da mobilização do magistério não era, definitivamente, a recuperação dos índices pagos pela regência de classe. A greve foi motivada pelo pagamento do piso salarial na carreira. Alegam os dirigentes do Sinte e a maioria dos professores que a inédita participação de ativos e aposentados teve como mola propulsora a aplicação do piso na carreira e o respeito à lei. Como o governador Raimundo Colombo reiterou que o Tesouro não tinha finanças para cumprir a lei, ficou a campanha para que efetuasse o crédito de forma parcelada, como aconteceu em outros Estados.
Assim, os avanços registrados nas reuniões do comando de greve com a secretaria da Educação e com o próprio governador sobre a restauração da regência de classe não tiveram a repercussão desejada no magistério. Os professores já tinham este direito. Acusavam o governo de subtraí-lo e depois recuperá-lo justamente como manobra para desviar o alvo de toda a mobilização.
Os progressos nas conversações foram assim muito mais no plano institucional do que no financeiro. Como se criou a idéia de que a lei iria melhorar substancialmente os níveis salariais dos professores, a última proposta do governador acabou rejeitada.
Moacir Pereira - Blog
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